Após três anos, Júlio, como era conhecido, começava a fazer amizades no bairro e no trabalho. De vez em quando, falava sobre o que sentia e o que acontecia no seu cotidiano e sobre sua família. Por ser desconfiado, ele insistia em viver na solidão; um mundo solitário em que personificava um sentimento de tristeza e um elo com algo que tocava-lhe a alma numa ansiedade de dor e tormento.
Ao caminhar pelas longas ruas da cidade quando ia e vinha do trabalho, recebia o cumprimento de belas mulheres, mas apenas uma fascinava seu coração, olhava-a com esplendor no encanto. Ele, em seu mundo solitário, não acreditava ver e ter aquela deusa em sua vida, e continuava negando-se a felicidade.
Certo dia, ao chegar no trabalho, foi notificado de que o chefe queria conversar com ele e que seria uma novidade. Júlio pensou que seria demitido; pensamento alimentado por seu jeito de ser, mas o chefe comunicou-lhe que se tratava de uma boa notícia: o rapaz assumiria a direção do jornal localizado em outro bairro e seria contratada mais uma pessoa para auxiliá-lo.
Júlio brilhava de felicidade e alegria com a sua promoção, um acontecimento que mudaria, a partir daquele momento, seu jeito tão desconfiado de viver. Ele estava motivado e autônomo em sua vida tão misteriosa e solitária.
No dia marcado para assumir a nova função e conhecer seus novos colegas, algo bom tocou-lhe a alma, uma felicidade inexplicável que se expandiu pelo corpo e chegou ao coração, sendo sentida na essência. Ao ouvir alguém chamando seu nome, ele olhou de repente e se deparou com uma beleza cuja definição fugia de suas palavras.
Ele tentou decifrar tanta beleza, mas depois desistiu e apenas observou; uma formosura deslumbrante que não imaginava nem em seus sonhos mais profundos, uma elegância que despertou-lhe o amor no coração e fez brilhar incansavelmente os olhos.
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